Arte e ciência: gravura e cartaz “Ciência é rigor”
Entre os dias 2 e 4 de Novembro de 2020, na FIL Junqueira, em Lisboa, irá acontecer a apresentação virtual da gravura elaborada pelo Artista Plástico Rui Soares Costa e os cartazes da responsabilidade de Leonel Duarte, Designer Gráfico.
Rui Soares Costa
Os desenhos feitos para a celebração dos 25 anos do Ministério da Ciência e Tecnologia inserem-se numa linha de trabalho chamada Lifeline Series. São desenhos que registam, condensam tempo em linhas que procuram ser retas. A imperfeição destas retas advém da sua manualidade. A mão, funcionando como um sismógrafo, regista o artista na linha do tempo. Há como que uma equação que orienta esta série, com vários parâmetros fixos e alguns variáveis. Como parâmetros fixos temos que: 1) as linhas são desenhadas com a caneta que permite desenhar o traço mais fino possível (0,15 mm); 2) as linhas procuram ser rectas; 3) as linhas tentam estar o mais próximas possível umas das outras; 4) as linhas evitam tocar-se. Destas duas últimas regras de sentido contrário resulta uma vibração que transparece nas superfícies cinza que decorrem do lento acumular das centenas ou milhares de linhas deste sismógrafo humano que funciona como uma prensa de tempo. Os parâmetros variáveis têm que ver essencialmente com as interrupções das linhas: quando e onde é que cada um destes registos é interrompido? E, uma vez interrompida a linha, onde é que ela recomeça?
Para a série de desenhos realizada a propósito dos 25 anos do Ministério da Ciência e Tecnologia juntaram-se dois novos parâmetros. A ciência carateriza-se pela sua absoluta transversalidade. Não há domínio que o conhecimento cientifico não toque. Os desenhos desta série procuram explorar a diagonal como representação de transversalidade, juntando-lhe a ideia de lâmina, do gume que corta, que separa o conhecimento da ignorância. Com o mote de ciência é rigor, estes desenhos procuram simbolizar a minúcia, a precisão, a dedicação, o tempo, o foco e a incessante busca pela verdade que carateriza o conhecimento científico. Mais informações: http://www.ruisoarescosta.com/


Leonel Duarte
A linha, que é ao mesmo tempo forma e conceito, é o barro emprestado da obra de Rui Soares Costa que personifica o espirito com que se celebra o compromisso assumido pela criação do ministério em 1995. As curvas do “2” são suportadas pela esquadria do “5” assim com os ângulos rectos deste são travados pela diagonal do primeiro. Esta simetria descodificada, construída por uma geometria primordial assume-se como metáfora do papel que a ciência tem na interpretação do mundo, no tecer da civilização humana e na projecção do nosso futuro.
